Os anagramas são palavras vistas num espelho distorcido. Do outro lado, as letras mudam de ordem e fazem novas combinações, explorando as suas possibilidades físicas. Um pouco como um rosto em que os olhos estão no lugar das orelhas, ou a boca faz de nariz, a testa ocupa quem sabe o espaço do queixo ou as sobrancelhas surgem debaixo dos olhos. O centro de gravidade da imagem desloca-se. No entanto, a distorção e o rearranjo dos elementos não impedem a percepção de formas com significado. Ao espelho, espaço de encontros fortuitos ou acasos concretos, estas composições que lembram gestos surrealistas continuam a ser um rosto. Tal como na boca, as palavras continuam a fazer sentido. Tenho 5 peças desmontáveis na mão. A-L-I-C-E. As letras dissecam o sentido da sua anatomia. Embora não faça qualquer sentido chamar-me Célia ou Ecila, não acham?