domingo, 12 de abril de 2009

De novo, a memória

As circunstâncias que inscrevem o acontecimento na nossa memória são muito mais importantes do que o próprio acontecimento. A memória guarda quase tudo o que perdeu: as pessoas, as casas, os cheiros, os tons de voz, os sabores, certas palavras. Talvez tenha os 5 sentidos pouco apurados. A memória amplia e distorce precisamente porque se esqueceu das circunstâncias. Quer completar a fotografia nunca revelada e ainda por cima esbatida pelo tempo. Por isso inventa. A memória dá-se mal com o vazio.