Não podemos voltar a um tempo que já passou. Da mesma forma que não podemos entrar num espaço que já não existe. A infância na praia de São Martinho do Porto e um jantar no snack-bar das Galerias Ritz equivalem-se como memórias. Ambos podem apenas ser visitados à distância, como quem olha para uma ferida aberta que os dedos não se atrevem a tocar. Não é isso a memória? Um espelho que não reflecte a realidade?